RECOMENDAÇÕES MÉDICO-HIGIÊNICAS PARA O FUNCIONAMENTO DO INTERNATO (Século XIX)

DOI:

https://doi.org/10.17564/2316-3828.2015v3n2p109-122

Autor/innen

  • Joaquim Tavares Conceição Universidade Federal de Sergipe (Colégio de Aplicação / PPGED)

Schlagworte:

Internato, Higiene, Teses Médicas, História, Educação

Veröffentlicht

2015-02-28

Downloads

Keine Nutzungsdaten vorhanden.

Ausgabe

Rubrik

Artigos

Abstract

Em teses doutorais, produzidas e publicadas no século XIX, médicos interessados na temática da higiene dos colégios acreditavam que a intervenção de seus conhecimentos seria capaz de ordenar higienicamente o espaço dos internatos. Para isso, procuraram intervir na organização do espaço e de determinadas práticas desses estabelecimentos, influenciando as famílias, diretores e professores dos colégios da necessidade de atentarem para a importância de diversas medidas higiênicas, visando à promoção do desenvolvimento físico, moral e intelectual dos pensionistas de colégio. Essas medidas eram divididass em prescrições sobre a organização do internato e cuidados específicos com a higiene dos pensionistas (cuidados e asseio do corpo, higiene da alimentação e higiene intelectual, física e moral). Uma preocupação muito recorrente era com o local apropriado para a instalação do colégio, que deveria ser distante de focos de infecções ou umidade, de preferência que fosse situado nos arrabaldes longe dos grandes centros de população, com a existência de arvoredo e de um rio próximo para o banho e natação dos internos. O edifício-internato modelo seria o que contivesse na sua divisão cozinha com todos os apetrechos, refeitório espaçoso, quartos de banhos, latrinas asseadas, dormitórios, vestiário, quarto para encarregados da vigilância, sala de estudo, sala de classes, desenho, escultura, música, gabinete de física, história natural e química, recreios, enfermaria, capela e ginásio aberto. Esses espaços deveriam ser higienicamente arejados e espaçosos, e todos eles, principalmente os dormitórios, com uma renovação de ar, ventilação, insolação e iluminação adequadas.

Autor/innen-Biografie

Joaquim Tavares Conceição, Universidade Federal de Sergipe (Colégio de Aplicação / PPGED)

Doutor em História (2012) pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal da Bahia, Mestre em Educação (2007) e Graduado em História (1993) pela Universidade Federal de Sergipe (2007), Especialização em Direito Processual pela Universidade Federal de Santa Catarina, Bacharel em Direito pela Universidade Tiradentes (1996), Advogado (OAB-SE 2462). Professor efetivo da Universidade Federal de Sergipe da Carreira do Magistério do Ensino Básico Técnico e Tecnológico, lotado no Colégio de Aplicação (CODAP-UFS) e professor colaborador do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFS.Também é membro do Núcleo de Estudo, Pesquisa e Extensão em Educação Básica (NEPEEB-CODAP-UFS) e do Grupo de Estudos e Pesquisa em História da Educação: intelectuais da educação, instituições e práticas escolares.

Zitationsvorschlag

Conceição, J. T. (2015). RECOMENDAÇÕES MÉDICO-HIGIÊNICAS PARA O FUNCIONAMENTO DO INTERNATO (Século XIX). Interfaces Científicas - Educação, 3(2), 109–122. https://doi.org/10.17564/2316-3828.2015v3n2p109-122

Literaturhinweise

A MULHER perante o século em que vivemos. Jornal do Aracaju, p. 3, 29 jan. 1873.

¬¬AGASSIZ, Luis e AGASSIZ, Elisabeth Cary. Viagem ao Brasil – 1865-1866. Brasília: Senado Federal, 2000.

ANDRADA JR., José Bonifácio Caldeira de Andrada. Esboço de uma higiene dos colégios aplicável aos nossos. Regras principais tendentes à conservação da saúde e ao desenvolvimento das forças físicas e intelectuais, segundo as quais se devem regular os nossos colégios. Rio de Janeiro: Typographia Imperial e Constitucional de J. Villeneuve e Comp., 1855.

ATENEU Baiano. Jornal do Aracaju, Aracaju, p. 4, 01 ago. 1877.

BLAKE, Augusto Victorino Alves Sacramento. Dicionário bibliográfico brasileiro. Vol, 1. Rio de Janeiro: Typographia Nacional, 1883.

CAMPAGNE, Émile Mathieu. Dicionário universal de educação e ensino... Porto: Internacional, 1873, p.98, v. 1.

CAMPAGNE, Émile Mathieu. Dicionário universal de educação e ensino... . Porto: Ernesto Chardron, Braga: Eugenio Chardron, 1873, v. 2.

CANDIDO, Francisco de Paula. Exposição do estado sanitário da Capital do Império apresentado ao Ministério do Império pelo presidente da Junta Central de Higiene Pública, em 1º de maio de 1853. (Anexo). In: MARTINS, Francisco Gonçalves. Relatório apresentado à Assembléia Geral Legislatia pelo Ministro e Secretário de Estado dos Negócios do Império.Rio de Janeiro: Typographia Nacional, 1853.

CARDOSO, José Antonio dos Santos. Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial da Corte e Província do Rio de Janeiro inclusive a cidade de Santos, da Província de S. Paulo para o ano de 1876. Rio de Janeiro: Typographia E. & H. Laemmert, 33º ano, 1876.

COLLET, Agnello Geraque. Higiene escolar. Bahia: Typographia de H. Olavo da França Guerra, 1883.

CONCEIÇÃO, Joaquim Tavares. Internar para educar. Colégios-internatos no Brasil (1840-1950). Tese (Doutorado em História) – Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal da Bahia, Bahia. 2012.

CORBIN, Alan. Bastidores. O segredo do indivíduo. In: PERROT, Michelle. História da Vida Privada. Da Revolução Francesa à Primeira Guerra. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 413.

COSTA, Claudon Ribeiro da. Higiene nas escolas. Bahia: Imprensa Social, 1921.

CRUZ, José de Souza Pereira da Junior. Esboço de uma higiene de colégios, aplicável aos nossos; regras principais tendentes à conservação da saúde, e ao desenvolvimento das forças físicas e intelectuais, segundo as quais se devem reger os nossos colégios (Proposições).Rio de Janeiro: Typographia Brasiliense Maximiano Gomes Ribeiro, 1857.

CUNHA, Balbino Candido da. Esboço de uma higiene de colégios, aplicável aos nossos; regras principais tendentes à conservação da saúde, e ao desenvolvimento das forças físicas e intelectuais, segundo as quais se devem reger os nossos colégios. Rio de Janeiro: Typographia Universal de Laemmert, 1854.

Educação das Meninas (O Carapuceiro). O Correio Sergipense. São Cristóvão, p. 4, 5 mar. 1845.

EXPILLY, Charles. Mulheres e costumes do Brasil. [1863] São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1935.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1975.

FLETCHER, James Cooley & KIDDER, Daniel Parish. O Brasil e os brasileiros: esboço histórico e descritivo. v.1. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1941.

FREYRE, Gilberto. Sobrados e Mucambos: Decadência do patriarcado rural e desenvolvimento do urbano. São Paulo: Global, 2003.

GUIMARÃES, Antenor Augusto Ribeiro. A higiene dos colégios. Esboço das regras principais tendentes à conservação da saúde, e ao desenvolvimento das forças físicas e intelectuais segundo as quais se devem reger os nossos colégios. Rio de Janeiro: Typographia Imparcial de J. M. Nunes Garcia, 1858.

HARING, Carlos Guilherme. Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial da Corte do Rio de Janeiro para o ano de 1862. Rio de Janeiro: Typographia E. & H. Laemmert, 19º ano, 1862.

LAEMMERT, Eduardo. Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial da Corte da Capital da Província do Rio de Janeiro com os Municípios de Campos e de Santos para o ano de 1872. Rio de Janeiro: Typographia E. & H. Laemmert, 29º ano, 1872.

LEVI, Giovanni; SCHMITT, Jean-Cloude. História dos jovens: A Época Contemporânea. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

LOCKE, John. Pensamientos sobre la educación [1693]. Madrid: Akal, 1986.

MACHADO, João da Matta. Da educação física, intelectual e moral da mocidade no Rio de Janeiro da sua influência sobre a saúde. Typographia de G. Leuzinger & Filhos, 1875.

MACHADO, Roberto. Danação da norma: a medicina social e constituição da psiquiatria no Brasil. Rio de Janeiro: Graal, 1978.

MELLO, Joaquim Pedro de. Generalidades a cerca da educação física dos meninos. Rio de Janeiro: Typographia de Teixeira e Comp. 1846.

PARANHOS, José Maria da Silva. Cartas ao amigo ausente. Rio de Janeiro: ABL, 2008.

PERROT, Michelle (Org.). História da vida privada. Da Revolução Francesa à Primeira Guerra. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

PINHO, Wanderley. Salões e damas no Segundo Reinado. São Paulo: Martins, 1970.

RECREIO saudável de banhos. Jornal do Aracaju, p. 4, 12 ago. 1876.

ROCHA, Justiniano José da. Exposição sobre o estado das aulas públicas de instrução secundária, e dos colégios e escolas particulares da Capital do Império, 5 de abril de 1851. (Anexo). In: CARVALHO, José da Costa. (Visconde de Monte Alegre). Relatório apresentado à Assembléia Geral pelo Ministro e Secretário de Estado dos Negócios do Império. Rio de Janeiro: Typographia Nacional, 1851.

ROQUETTE, J. I. Código de bom tom ou regras da civilidade e de bem viver no século XIX. Paris: Vª J. P. AILLAUD, GUILLARD E C livreiros de suas majestades o Imperador do Brasil e El-Rei de Portugal, 1875, p. 293.

ROUSSEAU, Jean-Jacques. Emílio, ou da educação. [1761] São Paulo: Martins Fontes, 2004.

SÁ, José Marques de. Higiene da pele no Rio de Janeiro: Vestuário e banhos. Estudo especial dos banhos em relação a esta cidade: quais os hábitos e costumes da população? Qual a sua influência sobre a saúde pública? Que direção se lhes deve dar? Rio de Janeiro: Typographia Universal de Laemmert, 1850.

SAMPAIO, Gabriela dos Reis. Nas Trincheiras da Cura. As diferentes medicinas no Rio de Janeiro Imperial. 1995. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, 1995.

SAUER, Arthur. Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial do Império do Brasil para 1884. Rio de Janeiro: Typographia H. Laemmert & C., 41º ano, 1884.

SCHWARCZ, Lilia Moritz. As barbas do imperador. D. Pedro II, um monarca nos trópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

SILVA, Fructuoso Pinto da. Higiene dos colégios. Bahia. Typographia de F. Felix, 1869.

SOUZA, Joaquim Francisco de Paula e. Esboço de uma higiene de colégios aplicável aos nossos. Regras principais tendentes à conservação da saúde, e ao desenvolvimento das forças físicas e intelectuais, segundo as quais se devem regular os nossos colégios. Rio de Janeiro: Typographia Vianna & Filhos, 1857.