EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS COMO INSTRUMENTO DE RESISTÊNCIA E TRANSFORMAÇÃO: MEMÓRIAS DO PARANOÁ/UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

DOI:

https://doi.org/10.17564/2316-3828.2021v10n3p157-170

Autores

  • Maria Luiza Ferreira Duques Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia- UESB http://orcid.org/0000-0002-9949-5183
  • Cláudio Eduardo Félix dos Santos Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia- UESB

Palavras-chave:

EJA, Projeto Paranoá, Memórias, Resistência, Transformação, Universidade de Brasília.

Publicado

2021-06-18

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Artigos

Resumo

O presente estudo investigou uma proposta de Educação de Jovens e Adultos-EJA desenvolvida pela Universidade de Brasília-UnB, desde a segunda metade da década de 1980 e, objetivou analisar, através das memórias de educadores universitários, as concepções formativas, as contradições e resistências presentes no Projeto de EJA do Paranoá em Brasília. O estudo buscou uma aproximação com o método materialista histórico dialético, cujas análises se estruturaram por entrevistas e análises de documentos. As discussões no âmbito da EJA cunharam-se essencialmente em Freire (1998); Fávero (2009) e Haddad (1998), sendo que o aprofundamento da experiência estudada se deu através de Reis (2011) e Soares (2011). Por se tratar de um estudo de memória social e coletiva, Halbwachs (2003; 2004) foi a principal referência no âmbito da memória e Marx (1980) foi adotado para a discussão do método. Os resultados apontaram que, em razão da natureza do Projeto, há um impacto da dimensão política na educação. O aspecto da alfabetização dos jovens e adultos motivou o início do Projeto, mas existe uma perspectiva de resistência e luta pelos direitos humanos e sociais, funcionando como um espaço indutor de transformação das realidades sociais. A concepção formativa é de valorização dos sujeitos sociais e construção da criticidade necessária para a busca dos direitos. As memórias dos educadores revelaram o alcance e importância que o Projeto Paranoá possui para a universidade, para os sujeitos sociais do Paranoá, e para a própria EJA, ao ser ressignificada pelo empréstimo do legado do Paranoá para todo Brasil.

Biografia do Autor

Maria Luiza Ferreira Duques, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia- UESB

Doutoranda em Memória: Linguagem e Sociedade pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia- UESB. Mestra em Educação pela Universidade do Estado da Bahia-UNEB/Campus I. Especialista em Psicopedagogia Institucional e Clínica pela Faculdade de Guanambi-FG; Especialista em Educação a Distância pela Universidade do Estado da Bahia-UNEB/Polo Brumado; Especialista em Gestão Educacional pela Faculdade Hélio Rocha e em Práticas Docentes Interdisciplinares pela Universidade do Estado da Bahia-UNEB/Campus VI. Graduada em Pedagogia Docência e Gestão de Processos Educativos pela Universidade do Estado da Bahia (2009). Faz parte do Grupo de Pesquisa em Gestão, Organização e Políticas Públicas em Educação e do Grupo de Pesquisa em Educação, Religião, Cultura e Saúde - GEPERCS. Desenvolve pesquisas sobre: Memória; Educação de Jovens e Adultos; Educação Popular; Formação Docente; e Gestão.

Cláudio Eduardo Félix dos Santos, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia- UESB

Doutorado em Educação pela Universidade Federal da Bahia (2011). Atualmente é professor titular na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia ( UESB) onde leciona nas licenciaturas e no Programa de Pós-Graduação em Memória: linguagem e sociedade. É Pesquisador do Museu Pedagógico: Grupo de Pesquisa Estudos marxistas em memória e história da educação e da cultura (UESB) e do Grupo de Estudos Marxistas em Educação (UNESP). Visando a contribuir com o desenvolvimento da Pedagogia Histórico-Crítica, desenvolve e orienta pesquisas pesquisas no campo da memória e história da educação das organizações de trabalhadores; bem como da relação memória, história e ensino de história.

Como Citar

Ferreira Duques, M. L., & Félix dos Santos, C. E. (2021). EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS COMO INSTRUMENTO DE RESISTÊNCIA E TRANSFORMAÇÃO: MEMÓRIAS DO PARANOÁ/UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA. Interfaces Científicas - Educação, 10(3), 157–170. https://doi.org/10.17564/2316-3828.2021v10n3p157-170

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