LER É UM ATO POLÍTICO: MULTILETRAMENTOS EM CONTEXTO DE CENSURA LITERÁRIA

DOI:

https://doi.org/10.17564/2316-3828.2020v8n2p271-284

Autores/as

Palabras clave:

Multiletramentos, Censura Literária, Escola sem Partido, Gênero e Sexualidade, Memes e educação.

Publicado

2020-04-23

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Resumen

Resumo: O presente texto analisa o papel dos memes enquanto potência crítica de oposição às ações do atual Prefeito da cidade do Rio de Janeiro durante a Bienal do Livro de 2019 e aos defensores de movimentos conservadores em relação à leitura e ao contexto social mais amplo. Foram movimentos de censura a livros considerados inapropriados para público infanto-juvenil, por trazerem consigo questões que pudesse estar vinculadas a debates sobre gênero e sexualidade. No que tange aos movimentos que considero conservadores e retrógrados em termos de conquistas no campo social e educacional, tomo o exemplo do Projeto Escola sem Partido (EsP) como uma destas ações que recebem apoio de diversos setores sociais e, dentre outras pautas, já trazem consigo a interdição de tais discussões nos espaços educacionais. A partir das discussões, entendo que o movimento #CrivellaCorreAqui e toda a produção imagética que o envolveu é emblemático quando se pensa as reações dos internautas e como as redes digitais e a possibilidade dos multiletramentos possibilitam criações das mais diversas em contraponto a ações reacionárias, comprovando que por mais censurados que sejam os temas, se não puderem entrar nas escolas para serem discutidos, eles entram pela janela ou pelas telas de nossos celulares.

Biografía del autor/a

Luciana Velloso, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Doutora e mestre pelo ProPEd/UERJ, graduada em Pedagogia (UERJ), História (UERJ) e Ciências Sociais (FGV). Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação, Cultura e Comunicação em Periferias Urbanas (PPGECC) da Faculdade de Educação da Baixada Fluminense (FEBF/UERJ) e da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Departamento de Ciências Sociais e Educação da Faculdade de Educação da UERJ.

Cómo citar

Velloso, L. (2020). LER É UM ATO POLÍTICO: MULTILETRAMENTOS EM CONTEXTO DE CENSURA LITERÁRIA. Interfaces Científicas - Educação, 8(2), 271–284. https://doi.org/10.17564/2316-3828.2020v8n2p271-284

Citas

Referências:

BHABHA, Homi K. O bazar global e o clube dos cavalheiros ingleses. Rio de Janeiro: Rocco, 2011.

CARVALHO, Felipe ; SANTOS, Edméa Oliveira. Memetizando: experimentações cotidianas em tempos de cibercultura. Revista Periferia, v. 11, n. 2, 2019, p. 7-16.

COPE, Bill ; KALANTZIS, Mary (Org.). Multiliteracies: literacy learning and the design of social futures. New York: Routledge, 2006.

COUTO JUNIOR, Dilton Ribeiro; POCAHY, Fernando; e CARVALHO, Felipe da Silva Ponte de. Ensinar-aprender com os memes: quando as estratégias de subversão e resistência viralizam na internet. Revista Periferia, v. 11, n. 2, 2019, p. 17-38.

COSTA, Carina Martins ; VELLOSO, Luciana. “É que Narciso acha feio o que não é espelho”: o ensinar e o aprender pela ótica do Escola sem Partido. In: PENNA, Fernando ; QUEIROZ, Felipe ; FRIGOTTO, Gaudêncio (orgs.). Educação Democrática: antídoto ao Escola sem Partido. Rio de Janeiro: UERJ, LPP, 2018, p.131-151.

FOUCAULT, Michael. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. 37 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 51.ed. São Paulo: Cortez, 2011.

JUNIOR, Paulo Gracino ; TARGINO, Janine ; REZENDE, Gabriel Silva: Religiões públicas e demandas por reconhecimento: reflexões a partir dos dados da pesquisa com jovens participantes de movimentos religiosos de massa na cidade do Rio de Janeiro. Religião e Sociedade, Rio de Janeiro, 39(2): 122-151, 2019.

GARCÍA-CANCLINI, Néstor. Consumidores e cidadãos: conflitos multiculturais da globalização. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2006.

_____. Culturas Híbridas: estratégias para entrar e sair da Modernidade. São Paulo: EDUSP, 2008.

LEMOS, André ; LÉVY, Pierre. O futuro da internet: em direção a uma ciberdemocracia planetária. São Paulo: Paulus, 2010.

LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 1999.

MARAFON, Giovana ; SOUZA, Marina Castro. Como o “discurso”da “ideologia de gênero” ameaça o caráter antidemocrático e plural da escola? In: PENNA, Fernando ; QUEIROZ, Felipe ; FRIGOTTO, Gaudêncio (orgs.). Educação Democrática: antídoto ao Escola sem Partido. Rio de Janeiro: UERJ, LPP, 2018, p. 75-88

MARTÍN-BARBERO, Jesús ; REY, Germán. Os exercícios do ver: hegemonia audiovisual e ficção televisiva. 2.ed. São Paulo: Senac São Paulo, 2004.

MATTOS, Amana ; MAGALDI, Ana Maria Bandeira de Mello ; COSTA; Carina Martins ; SILVA, Conceição Firmina Seixas ; PENNA, Fernando de Araujo ; VELLOSO, Luciana ; LEONARDI, Paula ; ALBERTI, Verena. Educação e liberdade: apontamentos para um bom combate ao Projeto de Lei Escola sem Partido. In: FRIGOTTO, Gaudêncio (org.). Escola “sem” Partido: esfinge que ameaça a educação e a sociedade brasileira. Rio de Janeiro, LPP, 2017, p. 87-104.

MOUFFE, Chantal. Identidade Democrática e Política Pluralista. In: MENDES, Candido e SOARES, Luiz Eduardo. Pluralismo cultural, identidade e globalização. Rio de Janeiro: Record, 2001, p. 410-430.

ROJO, Roxane (Org.). Escola @conectada: os multiletramentos e as TICS. São Paulo: Parábola, 2013.

ROJO, Roxane; MOURA, Eduardo (Orgs.). Multiletramentos na escola. São Paulo: Parábola Editorial, 2012.

SANTOS, Edméa Oliveira ; COLACIQUE, Rachel ; CARVALHO, Felipe. A autoria visual na internet: o que dizem os memes?. Quaestio - Revista de Estudos em Educação, v. 18, n. 1, p. p. 135-157, 13 jul. 2016.

_____. ; SILVA, Marco. O desenho didático interativo na educação online. Revista Iberoamericana de Educación, n. 49, p. 267-287, 2009.

SOARES, Magda. Alfabetização e Letramento. 7. ed. São Paulo: Contexto, 2017.

VELLOSO, Luciana ; SANTOS, Rosemary ; AMARAL, Mirian. BOOKTUBE: UMA PROPOSIÇÃO PARA A PRODUÇÃO DE CONHECIMENTOS NA CIBERCULTURA COM O USO DE WEBQUEST INTERATIVA. In: PORTO, Cristiane ; SANTOS, Edméa (orgs.). O livro na cibercultura [e-book]. Santos (SP): Editora Universitária Leopoldianum, 2019, p.239-256.