A LENTA AFIRMAÇÃO DA MULHER NOS IDEÁRIOS SOCIOEDUCATIVOS: EDUCAÇÃO FEMININA NOS INTELECTUAIS ILUMINISTAS NO SÉCULO DAS LUZES EM PORTUGAL

DOI:

https://doi.org/10.17564/2316-3828.2022v11n2p496-518

Autores

  • Susana Mourato Alves Jesus
  • José Eduardo Franco

Publicado

2022-02-10

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Resumo

É no século XVIII que, em Portugal, incorporando alguns modelos avançados da Europa dita mais progressiva, a mulher começa a ganhar alguma visibilidade e consideração nos ideários e projetos de reforma educativa. Até então a mentalidade vigente considerava que a ação feminina deveria, salvo raras exceções (rainhas, regentes), circunscrever-se à esfera privada (e.g. cuidado do lar; maternidade; vida contemplativa. Começa então a mulher a ser considerada como objeto e sujeito de educação, embora diferenciadamente, desde que fosse gizado um “programa” de ensino adequado àquilo que seriam as funções expectáveis para o seu gênero, ou seja, com vista a capacitar e qualificar o seu mais adequado desempenho na missão societal. No entanto, não deixa de ser significativa esta emergente atenção dada ao feminino, também, como ser considerado alvo de formação e defesa da sua utilidade para o aperfeiçoamento da sociedade no seu todo. É esta abertura iluminista à mulher no horizonte educativo, embora em espaço próprio, circunscrito e separado, que prenuncia uma evolução de progressiva entrada da mulher nos espaços educativos, que a contemporaneidade muito mais tarde virá a consagrar como direito humano atendível em paridade com o universo masculino. Neste artigo, vamos identificar e eleger um conjunto de intelectuais representativos do pensamento iluminista português, que concedem um lugar novo à educação feminina, apresentando e analisando a sua fundamentação antropo-socio-pedagógica no quadro da história dos projetos de reforma da educação, no contexto amplo da sociedade metropolitana portuguesa e das sociedades do império ultramarino, com especial destaque para o caso do Brasil.

Biografia do Autor

Susana Mourato Alves Jesus

Doutora em História (2021); Mestre (2008); Investigadora do Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa – CLEPUL e da Cátedra CIPSH de Estudos Globais da Universidade AbertaLicenciada em Línguas e Literaturas Clássicas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, (2005) e no Projeto Pombalia | Para a Construção de um corpus pombalino (PTDC/HAR-HIS/32197/2017). Vice-presidente da Direção do Instituto Europeu de Ciências da Cultura Padre Manuel Antunes – IECCPMA.

José Eduardo Franco

Doutor em História e Civilizações pela EHESS de Paris e em Cultura pela Universidade de Aveiro, sendo mestre em História Moderna pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa; Mestre em Ciências da Educação pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa; Historiador; Investigador-Coordenador equiparado a Professor Catedrático da Universidade Aberta e Diretor da Cátedra CIPSH de Estudos Globais – Universidade Aberta; Coordenador do programa de doutoramento em Estudos Globais na Universidade Aberta.

Como Citar

Mourato Alves Jesus, S., & Franco, J. E. (2022). A LENTA AFIRMAÇÃO DA MULHER NOS IDEÁRIOS SOCIOEDUCATIVOS: EDUCAÇÃO FEMININA NOS INTELECTUAIS ILUMINISTAS NO SÉCULO DAS LUZES EM PORTUGAL. Interfaces Científicas - Educação, 11(2), 11–33. https://doi.org/10.17564/2316-3828.2022v11n2p496-518