INFÂNCIAS NAS DOBRAS DA NORMA: ENTRE NARRATIVAS E EXPERIÊNCIAS DE GÊNEROS NO CIBERESPAÇO
DOI:
https://doi.org/10.17564/2316-3828.2020v8n2p16-30Palavras-chave:
Infâncias, Narrativas, Gêneros, CiberespaçoPublicado
Downloads
Downloads
Edição
Seção
Licença
A Revista oferece acesso livre e imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico contribui para a democratização do saber. Assume-se que, ao submeter um artigo, o(a) autor(a) se reconhece como detentor(a) do direito autoral sobre ele e autoriza seu livre uso pelos leitores, podendo ser, além de lido, baixado, copiado, distribuído e impresso.Resumo
A internet configura-se como um contexto em que uma vasta diversidade de experiências e narrativas é compartilhada. Dentre estas, estão aquelas que se reportam a infâncias, antes reservadas sob a ordem do segredo, e põem em existência novas corporeidades nos ambientes digitais da atualidade. Assim, este artigo analisa narrativas de infância no ciberespaço como aparecimento social de experiências e corpos infantis que transgridem as expectativas de gênero, pautadas em masculinidades e feminilidades normativas. A análise, especificamente, volta-se para narrativas e imagens (fotos escolhidas pelos/as autores/as dessas narrativas) que compõem as coletâneas Chonguitas: masculinidades de niñas (2013) e Mariconcitos: feminidades de niños, placeres de infancia (2017), sob o formato de livros digitais, disponíveis on line. Destacam-se, nas análises, os corpos dissidentes de crianças em disputas com o ideário construído em torno da infância-inocente, no qual se sustentam as programações normativas de gênero e sexualidade, que se inscrevem nesses corpos por meio de uma semiótica que se multiplica e se expande em diversos espaços da vida.Como Citar
Referências
BENJAMIN, Walter. Obras Escolhidas: magia e técnica, arte e política. 2. ed. v. 1. São Paulo: Brasiliense, 1985.
BURGOS, Juan Manuel; THEUMER, Emmanuel (Orgs.). Mariconcitos. Feminidades de niños, placeres de infancia. Córdoba: Edición de los autores, 2017.
BUTLER, Judith. Corpos em aliança e a política das ruas: notas para uma teoria performativa de assembleia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.
BUTLER, Judith. Cuerpos que importan: sobre los límites materiales y discursivos del “sexo”. 2. ed. Buenos Aires: Paidós, 2015.
BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. 10. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2016a.
BUTLER, Judith. Quadros de guerra: quando a vida é passível de luto?. 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2016b.
CASTAÑEDA, Claudia. Figurations: child, bodies, worlds. London: Duke University Press, 2002.
CUELLO, Nicolás. El postrecito. In: BURGOS, Juan Manuel; THEUMER, Emmanuel (Orgs.). Mariconcitos. Feminidades de niños, placeres de infancia. Córdoba: Edición de los autores, 2017. p. 126-129.
FERREIRA, Marcelo Santana. Sobre crianças, sexopolítica e escrita de si. Revista Polis e Psique, vol. 6, n. 1, p. 51-64, 2016.
FLORES, valeria. Rara. In: TRON, fabi; FLORES, valeria. (Orgs.). Chonguitas. Masculinidades de niñas. Neuquén: La Mondoga Dark, 2013. p. 127-131.
FOUCAULT, Michel. História da sexualidade: a vontade de saber. São Paulo: Editora Martins Fontes, 1988.
GIUSTI, Iran. Como o “criança viada” virou militância, motivo de histeria reacionária e um crime. http://medium.com/@Irangiusti_/como-o-criança-viada-virou-militância-motivo-de-histeria-reacionária-e-um-crime-e97b50a12f8b, set., 2017. Acesso em 12/04/2019.
HARAWAY, Donna. Manifesto ciborgue: ciência, tecnologia e feminismo-socialista. In: TADEU, Tomaz (Org.). Antropologia do ciborgue: as vertigens do pós-humano. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2016. p. 33-118.
LAURETIS, Teresa. Tecnologias de gênero. In: HOLLANDA, Heloisa B. Tendências e impasses: o feminismo como crítica da cultura. Rio de Janeiro: Rocco, 1994, p. 206-242.
LAVIA, Natalia “taty”. Ser chong@ y no morir em el intento. TRON, fabi; FLORES, valeria. (Orgs.). Chonguitas. Masculinidades de niñas. Neuquén: La Mondoga Dark, 2013. p. 110-113.
LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 2009.
PRECIADO, Beatriz. “Quem defende a criança queer?”. Jangada-crítica, literatura, artes, Viçosa, n. 1, p. 96-99, jan/jun. 2013.
SACCHI, xara. Familiar. In: TRON, fabi; FLORES, valeria. (Orgs.). Chonguitas. Masculinidades de niñas. Neuquén: La Mondoga Dark, 2013. p. 78-83.
SAFATLE, Vladimir. Dos problemas de gênero a uma teoria da despossessão necessária: ética, política e reconhecimento em Judith Butler. In: BUTLER, Judith. Relatar a si mesmo: crítica da violência ética. Belo Horizonte: Autêntica, 2015. p. 173-196.
SCHÉRER, René. Infantis. Charles Fourier e a infância para além das crianças. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2009.
TORRES, Marcela. La guerra contra las polleras. In: TRON, fabi; FLORES, valeria. (Orgs.). Chonguitas. Masculinidades de niñas. Neuquén: La Mondoga Dark, 2013. p. 48-50.
TRON, fabi. Abrir la puerta para ir a jugar. In: TRON, fabi; FLORES, valeria. (Orgs.). Chonguitas. Masculinidades de niñas. Neuquén: La Mondoga Dark, 2013. p. 62-66.
TRON, fabi; FLORES, valeria. (Orgs.). Chonguitas. Masculinidades de niñas. Neuquén: La Mondoga Dark, 2013.