SOBRE A NEGLIGÊNCIA DO ESTADO E A BANALIZAÇÃO DO OUTRO NO CAMPO DA EDUCAÇÃO

DOI:

https://doi.org/10.17564/2316-3828.2018v7n1p61–70

Autores

  • Julia Siqueira da Rocha UFSC
  • Renata Orlandi UFFS
  • Ione Ribeiro Valle Pós-doutora pela École des Hautes Études en Sciences Sociales - Paris, doutorado em Ciências da Educação pela Université René Descartes - Paris V Sorbonne. É professora associada do Centro de Ciências da Educação da Universidade Federal de Santa Catarina/UFSC.

Palavras-chave:

Negligência, Gestão do Cuidado, Educação, Crianças, Adolescentes.

Publicado

2018-10-17

Downloads

Downloads

Não há dados estatísticos.

Edição

v. 7 n. 1 (2018)

Seção

Artigos

Licença

A Revista oferece acesso livre e imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico contribui para a democratização do saber. Assume-se que, ao submeter um artigo, o(a) autor(a) se reconhece como detentor(a) do direito autoral sobre ele e autoriza seu livre uso pelos leitores, podendo ser, além de lido, baixado, copiado, distribuído e impresso.

Resumo

O presente artigo problematiza a negligência, aqui entendida como uma modulação de violência presente no cenário educacional, mais especificamente, no campo da atuação de professores, gestores e demais profissionais da Educação, os quais supostamente integram a rede de proteção de crianças e adolescentes. Por meio de relatos da comunidade escolar registrados em  atas, entrevistas, laudos periciais e boletins de ocorrências, empreendemos análises que possibilitaram um aprofundamento da compreensão de fatores micro e macro sociais que participam da produção desse fenômeno e de sua incompatibilidade com a gestão do cuidado e com projetos de educação voltados para a justiça social.

Biografia do Autor

Julia Siqueira da Rocha, UFSC

Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Educação da UFSC, consultora educacional efetiva na Secretaria de Estado da Educação de Santa Catarina.

Renata Orlandi, UFFS

Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFSC, docente na Universidade Federal da Fronteira Sul.

Ione Ribeiro Valle, Pós-doutora pela École des Hautes Études en Sciences Sociales - Paris, doutorado em Ciências da Educação pela Université René Descartes - Paris V Sorbonne. É professora associada do Centro de Ciências da Educação da Universidade Federal de Santa Catarina/UFSC.

Pós-doutora pela École des Hautes Études en Sciences Sociales - Paris, doutorado em Ciências da Educação pela Université René Descartes - Paris V Sorbonne. É professora associada do Centro de Ciências da Educação da Universidade Federal de Santa Catarina/UFSC.

Como Citar

da Rocha, J. S., Orlandi, R., & Valle, I. R. (2018). SOBRE A NEGLIGÊNCIA DO ESTADO E A BANALIZAÇÃO DO OUTRO NO CAMPO DA EDUCAÇÃO. Interfaces Científicas - Educação, 7(1), 61–70. https://doi.org/10.17564/2316-3828.2018v7n1p61–70

Referências

ABRAMOVAY, M. Escola e violência. Brasília :UNESCO, 2002

ANTUNES, M. A. M. Psicologia Escolar e Educacional: história, compromissos e perspectivas. Psicol. Esc. Educ. (Impr.), Campinas , v. 12, n. 2, Dec. 2008 .

ASSMANN, Hugo. Reencantar a educação: rumo à sociedade aprendente. 3. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999. 251p.

ARAÚJO, M. de F. Violência e abuso sexual na família. Psicologia em Estudo, 7(2), 3-11, 2002.

BAUMAN, Z. Tempos líquidos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007

BRASIL. Lei Federal n° 8069, de 13 de julho de 1990. ECA _ Estatuto da Criança e do Adolescente.

BOURDIEU. P. A miséria do Mundo. Petrópolis: Vozes,1997.

CARLOTTO, M. S. Síndrome de Burnout em professores: prevalência e fatores associados. Psic.: Teor. e Pesq., Brasília , v. 27, n. 4, p. 403-410, Dec. 2011.

CELLARD, A. A análise documental. In: POUPART, J. et al. A pesquisa qualitativa: enfoques epistemológicos e metodológicos. Petrópolis, Vozes, 2008.

CERTEAU, M. de. A invenção do cotidiano: artes de fazer. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1996.

CHAUÍ, M. Participando do debate sobre mulher e violência. In.: Perspectivas Antropológicas da Mulher (pp. 25-62). Rio de Janeiro: Zahar.1985.

DEBARBIEUX,E.; BLAYA, C.(orgs). Violência nas escolas e políticas públicas. Brasília: UNESCO, 2002.268p.

DERRIDA, J. Psyche: L’invention de l’autre. Paris: Galilée, 1987.

DISKIN, L. Paz, como se faz?: semeando cultura de paz nas escolas. Rio de Janeiro: Governo do Estado do Rio de Janeiro, UNESCO, Associação Palas Athena, 2002.

DUBET, F. O que é uma escola justa? – A escola das oportunidades. São Paulo: Cortez, 2008.

FALEIROS, V. P. & FALEIROS, E. T. S. Escola que protege: enfrentando a violência contra crianças e adolescentes. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2007.

FOUCAULT, M. O sujeito e o poder. In: DREYFUS, Hubert L. e RABINOW, Paul. Michel Foucault, uma trajetória filosófica: para além do estruturalismo e da hermenêutica. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995, p. 231-249.

FRANCISCHINI, R.; SOUZA NETO, M. O. de. Enfrentamento à violência contra crianças e adolescentes: Projeto Escola que Protege. Rev. Dep. Psicol.,UFF [online]. 2007, vol.19, n.1.

GEERTZ, C. As interpretações das culturas. Rio de Janeiro: Zahar, 1989.

HELLER, A. O quotidiano e a história. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1972.

OMS. Informe mundial sobre la violencia y la salud. Washington, D.C., Organización Panamericana de la Salud, Oficina Regional para las Américas de la Organización Mundial de la Salud, 2003.

ROCHA, J. S. da. Violências na escola: da banalidade do mal à banalização da pedagogia. Florianópolis: Insular, 2010.

SAWAIA, B. B. (2009). Psicologia e desigualdade social: uma reflexão sobre liberdade e transformação social. Psicologia & Sociedade; 21(3), 364-372.

______. Psicologia social: aspectos epistemológicos e éticos. In: LANE, Silvia T. M. e SAWAIA, Bader B. ( orgs.) Novas veredas da psicologia social. São Paulo : EDUC :Brasiliense, 1995.

SLUZKI, C. A rede social na prática sistêmica: alternativas terapêuticas. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1997.