“Não basta fornecer o mestre”: o funcionamento das caixas escolares em Belo Horizonte (1911-1918)
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https://doi.org/10.17564/2316-3828.2014v2n3p49-58Publicado
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Com a finalidade de aumentar o movimento nos grupos escolares e escolas isoladas mineiras, as caixas escolares se tornaram um dos dispositivos de legitimação dos grupos escolares no início do século XX. Diante disso, este trabalho tem como objetivo apresentar a organização das caixas escolares presentes nos grupos escolares de Belo Horizonte, entre os anos de 1911 e 1918. São utilizadas como fontes: a legislação pertinente, os relatórios das diretoras dos grupos escolares da capital, mensagens dos Presidentes do Estado, correspondências entre a Secretaria do Interior e os grupos escolares, os balancetes e pareceres das caixas escolares, o jornal “Minas Geraes” e mapas de matrícula. Estes documentos estão localizados no Arquivo Público Mineiro, Imprensa Oficial do Estado de Minas Gerais e CEDOC- FaE/UFMG. Responsável por promover uma reorganização das caixas escolares, o Regulamento Geral da Instrução Pública de 1911, ao determinar a criação dos estatutos das caixas escolares, permitiu que as mesmas se organizassem de acordo com as necessidades mais prementes, levando em conta sua localização geográfica e público atendido. Para a compreensão das formas diversas de organização das caixas escolares, foram analisadas as proposições das mesmas de acordo com cada grupo e os recursos investidos na efetivação do aumento da frequência nesses estabelecimentos de ensino, tanto pelos alunos “pobres” como pelos alunos assíduos. Foi possível, portanto, compreender o funcionamento das caixas escolares e seu papel na viabilização da frequência escolar, o que contribuiu para o aumento da visibilidade dos grupos escolares em seu processo de legitimação.
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Referências
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