REFLEXÕES SOBRE EDUCAÇÃO, FAMÍLIA, CASAMENTO E CONDIÇÃO FEMININA EM UM DIVÓRCIO, DE SARAH BEIRÃO
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https://doi.org/10.17564/2316-3828.2022v11n2p134-151Publicado
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O estudo ora posto, traz uma leitura analítica do romance Um Divórcio (1950), de Sarah Beirão, apresentando como objetivo principal as questões relacionadas à condição feminina nomeadamente no que se prende com a educação. O enfoque se centra nas imposições sobre o casamento no modelo da família tradicional burguesa, na década de 50, do século passado, em que a escolha do marido ainda não era inteiramente um direito da mulher. O posicionamento da romancista pelos direitos femininos, com ativa participação em associações portuguesas, – a exemplo do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas (CNMP) – fez dela destaque na defesa das causas em favor de uma classe minoritária, mais precisamente, da condição da mulher no século XX. Dirigente de revistas que buscavam consolidar o feminismo em Portugal, suas ações refletem na elaboração de representações femininas que mostravam tanto a opressão quanto a adesão aos novos valores, à semelhança da protagonista, que insiste no divórcio. Ainda que se trate de uma sociedade conservadora e patriarcal, é necessário destacar a contribuição de representações femininas neste romance, levantando questionamentos deste âmbito, principalmente, por se ter em conta que, grande parte das leitoras da época ainda realizavam leituras de romances do século XIX. Este breve ensaio recorreu ao aporte teórico dos estudos de gênero, em específico, da crítica feminista. Nesse contexto há, então, nomes como: Anália Cardoso Torres (1996); Constância Lima Duarte (2003); Cecil Zinani e Salete Santos (2015); Fátima Pais (2012); Lúcia Osana Zolin (2009); Maria Elisa Cevasco (2009); Simone de Beauvoir (2016); dentre outros.