A TRANSEXUALIDADE E A TRADIÇÃO DO CANDOMBLÉ: GÊNERO E CULTURA EM DEBATE

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17564/2316-3801.2021v9n2p134-153

Palavras-chave:

Pessoas Transgênero. Cultura. Religião. Identidade de Gênero.

Resumo

A partir de uma revisão teórica sobre a tradição do Candomblé frente a transgeneridade de adeptos, o artigo explora o entrelaçamento do tradicional, do moderno e do pós-moderno na prática do Candomblé, discutindo a presença das pessoas transgêneras em seus cultos. a questão se a resistência das religiões tradicionais ancestrais dos cultos descendentes de matriz africana (Candomblé) em receber no âmago de suas instituições religiosas, essa população transexual que tramita de forma mais ativa nos espaços sociais, culturais, políticos e religiosos, está ancorada numa ancestralidade patriarcal, ou nada mais é do que uma resistência a essa diversidade clara e viva que existe na sociedade brasileira de forma a reproduzir meios de aniquilação desses corpos não desejáveis nos espaços religiosos. Ao longo dos anos essas alegações sobre autenticidade foram postas em evidência por uma Têm como hipótese variedade de questões que impactam a tradição do Candomblé, como o corpo e as transformações corporais, a identidade, as indumentárias e a responsabilidade pela execução dos cargos. Entretanto, fica evidente ao longo desta pesquisa que por mais que se fale em avanços, as ações existentes são de sobremaneira muito incipientes e ainda carregadas de valores conservadores e preconceituosos. Convém ressaltar que, apesar do grande esforço em esmiuçar as discussões acerca desta temática nas diversas instâncias das relações sociais, as suas possibilidades são inesgotáveis, o que evidencia a necessidade de se manter aberto o debate para novas contribuições, haja vista a complexidade do tema e a sua relação à tradições culturais milenares.

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Biografia do Autor

Kátia dos Reis Amorim Soares, Coordenadora de Promoção de Igualdade Racial e Direitos Humanos - na Prefeitura Municipal de Duque de Caxias (PMDC)

Coordenadora de Promoção de Igualdade Racial e Direitos Humanos - na Prefeitura Municipal de Duque de Caxias (PMDC)

Aldo Pacheco Ferreira, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca

Doutorado em Engenharia Biomédica (COPPE/UFRJ) e Mestrado em Engenharia Biomédica (COPPE/UFRJ). Pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz, atuando na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, no Departamento de Direitos Humanos, Saúde e Diversidade Cultural. Líder do Grupo de Pesquisa CNPq: Ambiente, Saúde & Direitos Humanos (http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/8241767877010556). Nas especialidades de docência e pesquisa inerentes ao Programa de Pós-graduação em Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) (ACADÊMICO), é Coordenador do Eixo de Direitos Humanos, da Área de Concentração Determinação dos processos saúde-doença: produção/trabalho, territórios e direitos humanos; (MESTRADO PROFISSIONAL), compõe a coordenação curso de Mestrado Profissional em Direitos Humanos, Justiça e Saúde (2018-2021), ofertado como resultado do convênio estabelecido entre a EMERJ e a ENSP. Orienta alunos de Pibic, Especialização, Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado nas Linhas de Pesquisa: Direito, Saúde e Cidadania, Saúde e Trabalho, Promoção da Saúde, Toxicologia e Saúde.

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Publicado

2021-06-02

Como Citar

Soares, K. dos R. A., & Ferreira, A. P. (2021). A TRANSEXUALIDADE E A TRADIÇÃO DO CANDOMBLÉ: GÊNERO E CULTURA EM DEBATE. Interfaces Científicas - Humanas E Sociais, 9(2), 134–153. https://doi.org/10.17564/2316-3801.2021v9n2p134-153