REDES INTERNACIONAIS DE COOPERAÇÃO: de redes burocráticas a redes recíprocas

Autores

  • Antônio Dimas Cardoso Universidade Estadual de Montes Claros (MG)
  • Marta Ribeiro Grave Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Social, Universidade Estadual de Montes Claros (MG).
  • Maria João Alves Ribeiro Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Social, Universidade Estadual de Montes Claros (MG).

DOI:

https://doi.org/10.17564/2316-3801.2019v8n2p129-140

Palavras-chave:

Cooperação Internacional. Reciprocidade. Informalidade.

Resumo

A cooperação internacional, enquanto sistema formalizado de relações entre países, está inserida num sistema burocrático ineficiente, mediado por lógicas de racionalidade instrumental. Contudo, as redes assim constituídas beneficiam de princípios como reciprocidade, solidariedade e confiança que tendem a transformar relações institucionais protocoladas em relações mais próximas, nas quais a informalidade surge como reguladora da ordem social, numa expressão de autonomia do próprio sujeito. O cultivo desses princípios fortalece o capital social entre as partes e, consequentemente, a construção de "modos de intercâmbio informais em sistemas formais”. Como se percebem, concretamente, relações de reciprocidade no seio das redes de Cooperação Internacional? Procurando discutir sobre essas redes, o artigo tem como objetivo refletir sobre a capacidade das redes informais, no seio das interações internacionais, para a construção de uma sociedade mais solidária e democrática. Metodologicamente, recorremos à análise bibliográfica sobre a temática e ao conceito de rede de Larissa Adler Lomnitz, entendido como um sistema de intercâmbio de bens, serviços e informações, como estratégia de inserção social. Percebe-se que as relações informais são guiadas por uma lógica simbólico-cultural que entra, por vezes, em contradição com a racionalidade burocrática. Assim, a construção dessas redes é feita sob um sistema de reciprocidade, ou seja, baseado em relações de confiança, em que predominam vínculos horizontais. As redes de cooperação internacional abrem caminho à prática de novas experiências comunitárias, intercambiáveis entre partes, cujo foco remete ao exercício da reciprocidade junto a comunidades locais, tendo programas e projetos associativos como fontes de indução.

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Biografia do Autor

Antônio Dimas Cardoso, Universidade Estadual de Montes Claros (MG)

Doutor e mestre em Sociologia pela Universidade de Brasília (UnB). Bacharel em Ciências Sociais, com especialização pela Universidade Estadual de Montes Claros/UNIMONTES. Professor do Departamento de Ciências Sociais e do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Social, da Universidade Estadual de Montes Claros – MG, Brasil.

Marta Ribeiro Grave, Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Social, Universidade Estadual de Montes Claros (MG).

Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Social da Universidade Estadual de Montes Claros (MG), na linha de pesquisa "Relações Socioeconômicas e Estado", com foco em cooperação internacional. Graduada em Serviço Social pela Universidade de Lisboa.

Maria João Alves Ribeiro, Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Social, Universidade Estadual de Montes Claros (MG).

Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Social da Universidade Estadual de Montes Claros (MG), na linha de pesquisa "Relações Socioeconômicas e Estado", com foco em políticas alimentares e cooperação internacional. Bolsista CAPES. Graduada em Serviço Social pela Universidade de Lisboa.

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Publicado

2019-10-23

Como Citar

Cardoso, A. D., Grave, M. R., & Ribeiro, M. J. A. (2019). REDES INTERNACIONAIS DE COOPERAÇÃO: de redes burocráticas a redes recíprocas. Interfaces Científicas - Humanas E Sociais, 8(2), 129–140. https://doi.org/10.17564/2316-3801.2019v8n2p129-140

Edição

Seção

Artigos