A ONOMATOPÉIA DO HOMEM-URUBU: O TRABALHO COM COLETA DE MATERIAIS RECICLÁVEIS
DOI:
https://doi.org/10.17564/2316-3801.2017v6n1p113-122Palavras-chave:
catadores, uso de resíduos sólidos, trabalhoResumo
Este estudo tem por objetivos compreender a rotina de trabalho dos catadores de resíduos recicláveis na comunidade de Beira da Maré em Recife-PE, assim como conhecer suas percepções em relação aos direitos e deveres do trabalhador. Tratou-se de um estudo interpretativo, de natureza qualitativa com catadores de resíduos adscritos em uma Unidade de Saúde da Família (USF) no município de Recife, Pernambuco. Optou-se pela técnica de análise de conteúdo segundo Bardin (1979). O estudo foi analisado por quatro eixos norteadores: TRABALHO EM COLETA DE RESÍDUOS: UMA DETERMINAÇÃO SOCIAL?: Estes trabalhadores acumulam um histórico de força de trabalho frágil e vulnerável e possuem algum outro meio de sustento. ARTIFÍCIOS DE SOBREVIVÊNCIA: O PROCESSO DE TRABALHO DOS CATADORES DE RESÍDUOS: Observou-se uma “disputa” pelo material coletado onde não havia uma movimentação de cooperação, ou intencionalidade de formação de associações ou de mobilidade social. SIGNIFICADOS DO “HOMEM-URUBU”: DIREITOS E DEVERES DO TRABALHADOR: os entrevistados explanam a importância que representam no cenário em que os cercam, contudo, colocam-se sem direitos e desconhecem deveres. LIVRE EXPRESSÃO: observou-se o reconhecimento de um trabalho de risco e da sobrecarregada carga de trabalho. Os profissionais da Beira da Maré reconhecem, mesmo indiretamente, que não gozam de nenhum amparo referente aos direitos sociais. As esfinges nas articulações no processo de trabalho retratam uma relação frágil e a necessidades de implantação de políticas com fins de reconhecimento social assim como intervenções que fortaleçam a formação de uma rede de cooperação e de condições laborais seguras.
Palavras-chave: catadores, uso de resíduos sólidos, trabalho