O filme “Maria, filha de seu filho” (2000) e suas duas Marias: a presentificação mariana no espaço midiático e o imaginário social feminino
DOI:
https://doi.org/10.17564/2316-3801.2017v6n1p81-90Palavras-chave:
Maria, presença mariana, imaginário feminino.Resumo
O artigo analisa a presença de Maria no filme “Maria, filha de seu filho” (2000) dentro da concepção de “cultura de presença” de Hans Ulrich Gumbrecht, com o objetivo de perceber como a presença mariana, que dialoga com o imaginário social feminino (medieval) conservador, mas também com um novo imaginário ligado ao contexto histórico da produção do filme. Assim, esse filme apresenta-se como espaço de tensão entre dois imaginários femininos presentificados na personagem de Maria. Para isso, buscamos subsidio no instrumental teórico oferecido pelos estudos do imaginário social, através das contribuições de Cornelius Castoriadis e Bronislaw Baczko, bem como do aparato conceitual do “campo de experiência” e “horizonte de expectativa” de Reinhart Koselleck para compreender como esses dois imaginários referentes a mulher, são presentificados através de Maria. Dessa forma, na tensão entre o imaginário social conservador feminino e o um novo imaginário sobre as mulheres, no filme “Maria, filha de seu filho” (2000) é possível encontrar informações que revelem a presença de um presente por meio de Maria, quando invoca pautas e projetos feministas, como liberdade de expressão e autonomia, o que rompe com seu imaginário tradicional.