Doença de Chagas infantil em área rural do Nordeste brasileiro: risco de transmissão e reflexões sociais
DOI:
https://doi.org/10.17564/2316-3801.2014v3n1p9-18Resumo
A doença de Chagas infantil no Brasil tem apresentando um padrão de redução na soroprevalência em áreas sob o impacto de diferentes tempos de intervenção de controle. Estas intervenções, no entanto, são descontínuas e algumas vezes negligenciadas. O objetivo deste estudo foi avaliar o risco de infecção infantil da doença de Chagas e delinear seus principais reflexos sociais em área rural endêmica, localizada no município de Itabaianinha/SE. O estudo foi realizado em 198 indivíduos na faixa etária de 1-14 anos de ambos os sexos, sem distinção étnica. Foram aplicados aos pais ou responsáveis pelas crianças o questionário utilizado pelo Programa de Controle da Doença de Chagas contendo informações sobre variáveis como gênero, faixa etária, grau de escolaridade, contato com triatomíneo, sintomas, entre outras. Paralelamente foram coletadas amostras de sangue das crianças e submetidas às técnicas de ELISA e imunofluorescência indireta. Das 198 crianças pesquisadas, 51,5% eram do sexo masculino e 48,5%, do sexo feminino. Sobre as variáveis de risco, 31.4% dos indivíduos relatam ter visto barbeiros no domicilio e 8.1% dizem ter-lo manipulado, 0.6% já realizaram transfusão sanguínea, 4.6% moram com algum chagásico, 70.7% possuem animal doméstico e 25,3% moram em habitação de pau a pique. Nenhuma das amostras submetidas à avaliação sorológica apresentou reatividade. As informações obtidas permitem um melhor entendimento dos aspectos sociais envolvidos no risco de transmissão do Trypanosoma cruzi que poderão contribuir para o desenvolvimento de efetivas estratégias de controle da doença de Chagas na região de Itabaianinha/SE.