INFLUÊNCIA DO NEOCONSERVADORISMO E DO FAMILISMO NAS DINÂMICAS E PERCEPÇÕES DO DIVÓRCIO NA SOCIEDADE BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA

Autores

  • Kátia Roberta Portes Silva Raposo Universidade Federal de Viçosa
  • Maria das Dores Saraiva de Loreto

DOI:

https://doi.org/10.17564/2316-3801.2024v12n2p563-576

Resumo

O presente artigo tem como objetivo examinar a influência do neoconservadorismo e do familismo sobre as dinâmicas e percepções do divórcio na sociedade contemporânea, com foco no Brasil. A partir de uma análise crítica da evolução histórica e socioeconômica da família, destaca-se como a política social brasileira tem sido moldada pelas diretrizes do Welfare State, adaptadas a um capitalismo dependente. O estudo revela que, a partir dos anos 1990, com o declínio do Estado provedor e a ascensão das políticas neoliberais, a família passou a ocupar um papel central nas políticas sociais, sendo considerada a base da sociedade capitalista. No entanto, essa ênfase desresponsabiliza o Estado de seu papel na garantia dos direitos sociais universais, exacerbando a desigualdade social e a fragilidade das relações familiares. Por fim, traça uma análise de como o familismo, promovido pelo neoconservadorismo, reforça a idealização da família patriarcal-monogâmica e estigmatiza o divórcio, criando uma tensão entre a valorização da unidade familiar e as realidades contemporâneas das relações conjugais. Conclui-se que essa perspectiva conservadora perpetua as desigualdades de gênero e dificulta a busca por soluções mais inclusivas e adaptáveis às necessidades das famílias modernas, destacando a importância de políticas públicas que reconheçam e apoiem a diversidade dos arranjos familiares na sociedade contemporânea.

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Biografia do Autor

Kátia Roberta Portes Silva Raposo, Universidade Federal de Viçosa

Doutoranda e Mestre em Economia Doméstica pela Universidade Federal de Viçosa, linha de pesquisa "Famílias, Políticas Públicas, Desenvolvimento Humano e Social". Especialista em Direito Civil pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PUC/MG (2017). Graduada em Direito pela Faculdade de Ciências e Tecnologia de Viçosa (2014). Mediadora e Conciliadora pela Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes - EJEF e Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos - NUPEMEC. Expositora em Oficinas de Divórcio e Parentalidade pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ.

Maria das Dores Saraiva de Loreto

Pós-doutorado em Família e Meio Ambiente pela University of Guelph-Canadá. Doutora e Mestre em Economia Rural, pela Universidade Federal de Viçosa. Graduada em Economia Doméstica e Ciências Econômicas, pela Universidade Federal de Viçosa. Foi admitida na Universidade Federal de Viçosa em 1991, sendo atualmente enquadrada como Professora Titular. Atuou, durante cinco anos, como Pesquisadora na Empresa Capixaba de Pesquisa Agropecuária (EMCAPA-ES) e, por um período de sete anos, como docente do Instituto Universitário de Tecnologia de los Llanos-Venezuela. É Pesquisadora Nível 2 do CNPq, com experiência nas áreas de Economia Familiar, Teoria Econômica, Família e Políticas Públicas. É Líder do Grupo de Pesquisa "Famílias, Políticas Públicas, Desenvolvimento Humano e Social", atuando nas seguintes áreas de pesquisa: Estudos e Avaliação de Políticas Públicas, Programas e Projetos Socioambientais; Desenvolvimento, Meio Ambiente e Sustentabilidade; Família, Espaço e Sociedade; Famílias, Redes Sociais e Qualidade de Vida; Trabalho, Questão Social e Política Social; Relações de Gênero, Conflitos e Violência; Mulher, Crianças/Adolescentes e Idosos: Trajetórias, Projetos e Condições de Vida, Percepções.

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Publicado

2024-11-21

Como Citar

Portes Silva Raposo, K. R., & Saraiva de Loreto, M. das D. (2024). INFLUÊNCIA DO NEOCONSERVADORISMO E DO FAMILISMO NAS DINÂMICAS E PERCEPÇÕES DO DIVÓRCIO NA SOCIEDADE BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA. Interfaces Científicas - Humanas E Sociais, 12(2), 563–576. https://doi.org/10.17564/2316-3801.2024v12n2p563-576

Edição

Seção

Artigos