(IN)DIGNIDADE MENSTRUAL: A FACE FEMININA DA POBREZA

Autores

  • Elizabete Bezerra Patriota
  • Vilma Leite Machado de Amorim
  • Glaucya Karyane Neal de Oliveira Santos
  • Alba Maria Bomfim de França Centro Universitário Tiradentes - UNIT / AL
  • Jesana Batista Pereira

DOI:

https://doi.org/10.17564/2316-3801.2023v10n1p255-270

Resumo

As mulheres são a parcela da população que experimentam os efeitos mais severos da pobreza extrema. Vários fatores incidem para que esse fenômeno ocorra: a falta de oportunidade no difícil acesso à escola, o trabalho precoce e a ausência de informação. Um dos efeitos mais perversos dessa pobreza, que atinge ainda mais as mulheres negras, diz respeito à menstruação. O sangramento mensal que marca a transição da infância para a adolescência, sinalizando que a menina assume a condição de mulher, traz consigo a marca da pobreza extrema, quando essas mulheres não dispõem das condições materiais mínimas de lidar com essa nova realidade. A pobreza menstrual se revela na impossibilidade de adquirir o absorvente para usar durante esse período, considerado supérfluo. Em virtude dessa dificuldade, muitas meninas faltam às aulas nesse período, bem como deixam de interagir socialmente. Para enfrentar tal problemática, muitas mulheres apelam para mecanismos tão aviltantes à condição humana quanto danosos à saúde. Reconhecendo que tal situação constitui-se grave violação dos direitos humanos das mulheres, a Organização das Nações Unidas criou o Dia da Dignidade Menstrual, com vistas a suscitar a discussão e o enfrentamento a essas questões que dizem respeito não apenas ao acesso a absorventes higiênicos, mas também a banheiros, água potável e à educação menstrual, processo que inclui conhecimentos sobre essa fase da vida das mulheres cercada de preconceitos e tabus. A reflexão, ora apresentada, tem como eixo metodológico a pesquisa documental e como fundamento teórico estudos sobre desigualdades a partir da perspectiva interseccional. Os resultados apontam que a pobreza menstrual constitui-se um problema complexo, multidimensional e transdisciplinar. Há igualmente uma clara interseccionalidade envolvendo questões de gênero e raça. Por tal razão, a busca de alternativas de enfrentamento requer uma atuação em várias frentes, com a participação multissetorial.

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Biografia do Autor

Elizabete Bezerra Patriota

Doutoranda do  Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Tecnologias e Políticas Públicas Públicas -SOTEPP/UNIT-AL

Vilma Leite Machado de Amorim

Doutoranda do PPGD/UNIT-SE

Glaucya Karyane Neal de Oliveira Santos

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Tecnologias e Políticas Públicas – SOTEPP. Unit/AL

Alba Maria Bomfim de França, Centro Universitário Tiradentes - UNIT / AL

Doutoranda do  Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Tecnologias e Políticas Públicas Públicas -SOTEPP/UNIT-AL

Jesana Batista Pereira

Doutora e professora do Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Tecnologias e Políticas Públicas – SOTEPP. Unit/AL

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Publicado

2023-07-06

Como Citar

Bezerra Patriota, E. ., Leite Machado de Amorim, V., Karyane Neal de Oliveira Santos, G. ., Bomfim de França, A. M., & Batista Pereira, J. . (2023). (IN)DIGNIDADE MENSTRUAL: A FACE FEMININA DA POBREZA . Interfaces Científicas - Humanas E Sociais, 10(1), 255–270. https://doi.org/10.17564/2316-3801.2023v10n1p255-270

Edição

Seção

Artigos