RESISTÊNCIA E REINVENÇÃO NOSCOM OS COTIDIANOS ESCOLARES PRÁTICAS SABERES DOCENTES FACE A UMA ONDA DE ATAQUE ULTRACONSERVADOR

DOI:

https://doi.org/10.17564/2316-3828.2020v8n3p257-273

Autores

  • Rafaela Cotta Leonardo UERJ
  • Fernando Pocahy UERJ
  • Aline Martins UERJ

Palavras-chave:

Corpo, Controle, Escola Sem Partido

Publicado

2020-05-27

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Artigos

Resumo

: O presente trabalho busca, a partir de conversas com educadores perseguidos pelo ESP no espaço escolar, demonstrar as tensões emergidas no cotidiano docente, influenciadas pela conjuntura política nacional – vivenciadas nos anos de 2015 a 2017. A política e a chamada “Escola Sem Partido” se movimentaram neste interstício desde fortes estratégias de contensão da liberdade discursiva dos profissionais da educação dentro e fora das instituições escolares. No caminhar da escrita do trabalho percebe-se que os espaços educacionais tiveram um investimento de controle e de difamação nos últimos governos, alertando os perigos que a escola corre ao ter um posicionamento político e ideológico, sobretudo, de esquerda. E, contraditoriamente a esse discurso, coube ao movimento Escola Sem Partido partidarizar a instituição escola desde seus princípios unívocos em oposição à multiplicidade do pensamento-político-e-intelectual.

Biografia do Autor

Rafaela Cotta Leonardo, UERJ

Doutoranda pelo programa de Pós-graduação em Educação Proped/Uerj. Mestre em Educação Uerj/ProPEd. Integra o grupo de estudos de gênero, sexualidade e(m) interseccionalidades na educação e(m) saúde (GENI). É Graduada em Psicologia pelo Centro Universitário Celso Lisboa e atua tanto em Projetos Sociais, como na clínica.

Fernando Pocahy, UERJ

Professor Adjunto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), atuando na Faculdade de Educação, junto ao Departamento de Estudos Aplicados ao Ensino e ao Programa de Pós-Graduação em Educação (ProPEd). É coordenador do GENI - Grupo de Estudos em Gênero, Sexualidade e(m) Interseccionalidades na Educação e(m) Saúde. Bolsista da FAPERJ no programa Jovem Cientista do Nosso Estado (2015-2018) e do Programa de Incentivo à Produção Científica, Técnica e Artística/ PROCIÊNCIA-UERJ-FAPERJ (início 2015, em vigência). É Doutor em Educação e Mestre em Psicologia Social e Institucional, ambos pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com bolsa CAPES, vinculado respectivamente aos grupos GEERGE - Grupo de Estudos em Educação e Relações de Gênero e ao Laboratório de Psicologia e Políticas Públicas. É graduado em Psicologia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Atualmente é Editor Associado da Revista Interface - Comunicação, Saúde e Educação - Unesp Botucatu.

Aline Martins, UERJ

Doutoranda pelo programa de Pós-graduação em Educação Proped/Uerj. Mestre em Educação Uerj/ProPEd. Integra o grupo de estudos de gênero, sexualidade e(m) interseccionalidades na educação e(m) saúde (GENI). É Graduada e Licenciada em Ciências sociais (UFRJ) e professora de Sociologia pela Rede estadual no Rio de Janeiro.

Como Citar

Cotta Leonardo, R., Pocahy, F., & Martins, A. (2020). RESISTÊNCIA E REINVENÇÃO NOSCOM OS COTIDIANOS ESCOLARES PRÁTICAS SABERES DOCENTES FACE A UMA ONDA DE ATAQUE ULTRACONSERVADOR. Interfaces Científicas - Educação, 8(3), 257–273. https://doi.org/10.17564/2316-3828.2020v8n3p257-273

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