A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER E O MITO DO AMOR ROMÂNTICO

Autores

  • Adriana Cristina dos Santos Faculdade Integrada Tiradentes - FITS
  • Drielly Tenório Martinho Farias Faculdade Integrada Tiradentes - FITS
  • Rosilene Francisca dos Santos Pereira Faculdade Integrada Tiradentes - FITS
  • Albani de Barros Faculdade Integrada Tiradentes

Palavras-chave:

Amor Romântico. Patriarcado. Violência Doméstica

Resumo

O presente trabalho busca apreender a relação entre o mito do amor romântico e a violência contra a mulher na contemporaneidade. Para isto, recorre à teoria marxista a qual afirma que a desigualdade entre homens e mulheres surge a partir do estabelecimento da propriedade privada e da exploração do homem pelo homem. É na organização da família monogâmica que se assegura a reprodução do modo de produção vigente, o capital e quando esta ordem é desobedecida, utiliza-se a violência como forma de manter a dominação entre os indivíduos. O mito do amor romântico se constitui como um instrumento que a ideologia dominante utiliza para manter as mulheres submissas. O amor neste aspecto se apresenta como mais um instrumento para continuar mantendo a mulher no íntimo do lar doméstico. Com a emergência burguesa e o mito do amor romântico, a mulher permanece submissa ao homem, mas agora não apenas pelo poder coercitivo patriarcal, que permanece, contudo, adicionado por formas subliminares de coerção. Dessa forma. as distinções entre os sexos podem ser alteradas se houver igualdade substancial das relações mútuas, isso exige a erradicação completa de suas bases, incluindo de forma primordial, a propriedade privada.

Biografia do Autor

Albani de Barros, Faculdade Integrada Tiradentes

Graduado em Comunicação Social pela UFAL - Pós-graduado em Planejamento e Gestão de Projetos Sociais pela FITS . Mestre em Serviço Social pela Universidade Federal de Alagoas. Doutorando em Serviço Social pela UFPE. Professor universitário da FITS, no curso de graduação em Serviço Social , de Psicologia na pós graduação em Gestão de Políticas Públicas. Estudos direcionados para os fundamentos da sociedade capitalista, relações de trabalho na contemporaneidade e a crise estrutural do capital. Orientador do MEC para o curso de especialização em "Formação Continuada para professores para o Atendimento Educacional Especializado - AEE". Coordenador do Grupo de Pesquisa sobre Crise Estrutural e Transformações no Mundo do Trabalho

Referências

ARIÈS, P. O amor no casamento. In.: Ariès, P. e Béjin, A.(Orgs) Sexualidades Ocidentais. São Paulo: Brasiliense.1987, p.153-162.

BAUMAN, Zygmunt. Amor Líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos. Trad. de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. Ed., 2004.

BUCHER -BUMALUSCHKE, Julia. Vinculo, afetividade e violência: Desafios para a familia e a sociedade. In.: BUCHER-MALUSCHKE, J. S. N. F. et.al., Direitos humanos e violência: desafios da ciência e da prática Fortaleza: Fundação Konrad Adenauer, 2004. (p. 157-170).

COSTA, J. F. Sem fraudes, nem favor: estudo sobre o amor romântico. Rio de Janeiro. Rocco, 1998.

FONSECA, P. M.; LUCAS, T. N. S. Violência contra a mulher e suas consequências psicológicas. Trabalho apresentado ao curso de Psicologia da Escola Baiana de Medicina e Saúde Pública, Salvador, 2006. Disponível em: < http://newpsi.bvs-psi.org.br/tcc/152.pdf> Acesso em: 18 de Out. de 2013.

FREITAS, Lúcia. Processos na Lei Maria da Penha e Canções Sertanejas: Discursos de amor, gênero e violência. Anais do III Simpósio Nacional Discurso, Identidade e Sociedade (III SIDIS): Dilemas e desafios na contemporaneidade. São Paulo: UNICAMP, 2012.

GUEDES, D; ASSUNÇÂO, L. Relações amorosas na contemporaneidade e indícios do colapso do amor romântico (solidão cibernética?). Revista Mal Estar e Subjetividade / Fortaleza / v. VI / n. 2 / p. 396-425 / Set. 2006. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/pdf/malestar/v6n2/07.pdf> Acesso em: 28 de Ago. 2013.

KONDER, Leandro. Sobre o amor. São Paulo: Boitempo Editorial, 2007.

LESSA, Sérgio. Abaixo a Família Monogâmica, São Paulo: Instituto Lukács, 2012.

Lessa, Sérgio; TONET, Ivo. Proletariado e Sujeito Revolucionário. São Paulo: Instituto Lukács, 2012.

LINS, Regina Navarro. A cama na varanda: arejando nossas idéias a respeito de amor e sexo: novas tendências. - Ed. rev. e ampliada. - Rio de Janeiro: BestSeller, 2007.

LUKÁCS, Georg. O trabalho. Tradução de Ivo Tonet. Mimeografado. Extraído de Per L’Ontologia Dell’ essere Socieale. Roma: Riunit, 1981.

MAGALHÃES, Belmira. As Marcas do Corpo Contando a História: Um estudo sobre violência doméstica. Maceió: EDUFAL, 2005.

MORGADO, Rosana. Mulheres em Situação de Violência Doméstica: Limites e possibilidades de enfrentamento. In. GONÇALVES, H.; BRANDÃO, E. Psicologia Jurídica no Brasil. Rio de Janeiro: NAU Ed., 2004.

NETTO, José; BRAZ, Marcelo. Economia Política: uma introdução critica. São Paulo: Cortez: 2007.

PAPALIA, D. E.; OLDS, S. W. Desenvolvimento humano. Porto Alegre: 7ª ed. Artemed Editora, 2000.

PRIORI, Mary. Pequena História de Amor Conjugal no Ocidente Moderno. Estudos de Religião, Ano XXI, n. 33, jul/ dez 2007, (p. 121-137).

QUEIROZ, Fernanda Marques. Não se rima amor e dor: cenas cotidianas de violência contra a mulher. Mossoró, RN: UERN 2008.

SAFFIOTI, H. O poder do macho. São Paulo: Moderna. 1991.

_______, Gênero, Patriarcado, Violência. São Paulo, Editora Fundação Perseu Abramo, 2004.

SILVA, Marlise Vinagre: Violência contra a mulher: quem mete a colher. São Paulo: Cortez. 1992.

TOLEDO, Cecília. Mulheres: o gênero nos une, a classe nos divide. Ed. Sundermann. São Paulo, 2008.

Downloads

Publicado

2014-12-15

Como Citar

Santos, A. C. dos, Farias, D. T. M., Pereira, R. F. dos S., & Barros, A. de. (2014). A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER E O MITO DO AMOR ROMÂNTICO. Caderno De Graduação - Ciências Humanas E Sociais - UNIT - ALAGOAS, 2(2), 105–120. Recuperado de https://periodicos.set.edu.br/cdghumanas/article/view/1810

Edição

Seção

Artigos