ENTRE LOUCOS E MANICÔMIOS: HISTÓRIA DA LOUCURA E A REFORMA PSIQUIÁTRICA NO BRASIL
Palavras-chave:
História da loucura, Instituições psiquiátricas e manicomiais, Reforma psiquiátrica, Cidadania.Resumo
Este artigo propõe uma análise sobre a história da loucura e do surgimento das instituições psiquiátricas, situando a construção social da loucura e movimentos de Reforma Psiquiátrica no Brasil. As concepções acerca da loucura estão intimamente relacionadas às antigas funções dos manicômios, ou seja, recolhimento dos loucos em virtude de sua suposta incapacidade e improdutividade para a sociedade. Essa concepção produzia o preconceito contra os ditos loucos e sem razão, que em grande medida ainda é reproduzido socialmente, defendendo-se o seu isolamento social. Em outro olhar, o paciente psiquiátrico necessita de intervenções e trabalhos específicos para uma melhoria da sua qualidade de vida, preservando-o do preconceito e excluindo a ideia de que o manicômio é o lugar de cura e normalização de comportamentos. Desse modo, abordamos uma análise sobre as diferentes experiências históricas instituidoras da loucura, da razão e desrazão, da clínica e dos manicômios/hospitais psiquiátricos, e do movimento de reforma psiquiátrica no Brasil, evidenciando formas como discursos oriundos de saberes médicos e outros campos de saber são capazes de instituem práticas clínicas e serviços substitutivos a partir das novas concepções sobre a loucura e saúde mental na atualidade.Referências
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