IMPACTO DA PANDEMIA DA COVID-19 NAS ATIVIDADES DE PROMOÇÃO À SAÚDE DA MULHER NA ATENÇÃO PRIMÁRIA

Résumé

A pandemia da COVID-19 fez com que a atenção primária recebesse cada vez
menos usuários para atividades de promoção de saúde e prevenção de doenças, a
exemplo do rastreamento dos cânceres de mama e colo uterino. O presente estudo
tem por objetivo identificar o impacto causado pela pandemia da COVID-19 no
quantitativo de exames de rastreamento de câncer de mama e colo uterino na
atenção básica. Trata-se de um estudo epidemiológico retrospectivo de abordagem
quantitativa sobre as atividades preventivas dos cânceres de mama e colo uterino na
atenção primária no Brasil, de 2019 a 2022. Os dados foram obtidos por meio de
consulta à base de dados SISCAN, disponibilizados no DATASUS. Observou- se
que em abril de 2020 houve decréscimo de 44% nos exames citopatológicos do colo
uterino e 71,57% de redução nas mamografias se comparado ao mês anterior. Além
disso, 81,65% dessas mulheres estão dentro da faixa etária preconizada para a

realização do Papanicolau (25 a 64) e 64,22% dentro da idade recomendada para a
mamografia (59-69). As medidas de enfrentamento à pandemia da COVID-19 e a
redução no quantitativo das atividades de rastreamento dos canceres de mama e
colo uterino estão diretamente relacionadas, uma vez que os dados sofreram
alteração conforme a evolução da doença. Os serviços de saúde da atenção
primária voltados à saúde da mulher, especialmente os exames de rastreamento,
sofreram grande impacto com a pandemia da COVID-19. Diante disso, é necessário
orientar e estimular a população feminina à retomada e seguimento dessas
atividades.